OBJETIVO -/- O estudante de Zootecnia e de Veterinária, quando se depara com a produção animal, um dos pilares importantes é a reprodução, uma vez que é a perpetuação da espécie, seja para gerar filhas de uma vaca campeã em produção leiteira e de um touro com rusticidade e com aptidão produtiva de corte, ou mesmo para reposição de um plantel, o mesmo deve estar consciente de que esse ramo é de extrema responsabilidade, já que estará intimamente lidando com a (...) vida e com um investimento que pode gerar lucros em demasia para a propriedade ou, se mal feito o manejo da reprodução, trazer sérios transtornos para a mesma. -/- Nesse trabalho, o estudante revisará os sucessos da puberdade e estacionalidade reprodutiva relacionando-os com os processos endócrinos e os fatores que afetam sua manifestação como os nutricionais, para compreender a maneira ao qual podem ser manipuladas. -/- -/- • _____INTRODUÇÃO -/- A puberdade marca o início da vida reprodutiva do animal, permitindo integrar o indivíduo ao seu ciclo produtivo. A estacionalidade é uma característica de adaptação que algumas espécies desenvolveram para fazer garantir a eficiência da reprodução e a sobrevivência dos filhotes. -/- -/- • _____PUBERDADE -/- A puberdade é atingida quando o animal é capaz de produzir e liberar gametas viáveis e funcionais (férteis). Na fêmea esse fato ocorre na primeira ovulação, que geralmente coincide com a manifestação do comportamento do cio; e nos machos durante a primeira ejaculação com espermatozoides viáveis. -/- Do ponto de vista da produção animal, puberdade prematura ou precoce, é importante para poder permitir a incorporação dos animais ao ciclo produtivo o mais rapidamente possível. No caso de touros holandeses, por exemplo, é desejável que produzam sêmen precocemente para incorporá-los a prova de progênie; nas fêmeas, entretanto, deve-se considerar que nem sempre é conveniente usar o primeiro ciclo ou cio para reprodução. É o caso das marrãs (porcas primíparas), onde é benéfico esperar até o segundo ou terceiro estro para aumentar o tamanho da ninhada. Também pode ser vantajoso esperar que o indivíduo alcance sua maturidade sexual, que ocorre quando a fêmea consegue se reproduzir sem sofrer efeitos adversos. A ovelha nascida na primavera, por exemplo, pode engravidar no outono seguinte e dar à luz no primeiro ano de vida, mas seu crescimento pode ser afetado; o mesmo ocorre com a novilha, em que o acasalamento precoce pode promover distorcia por falta de desenvolvimento pélvico. -/- A puberdade é um processo gradual e está intimamente relacionada à taxa de crescimento e ao metabolismo energético. O recém-nascido usa energia para funções vitais, principalmente termorregulação; esse feito se deve ao fato de os jovens possuírem uma superfície corporal muito elevada em relação ao seu volume. Durante o desenvolvi-mento subsequente dos tecidos também há prioridade no uso de nutrientes, que inicialmente favorecem o desenvolvimento do tecido ósseo e muscular, e uma vez que estes atingem determinado tamanho de acordo com as condições genéticas do indivíduo, inicia-se o desenvolvimento do tecido adiposo, que é indicativa de um reservatório de energia. É importante ressaltar que existe uma interação entre a genética e o meio ambiente, de forma que o potencial genético só será expresso se o meio ambiente for favorável. -/- Para que a ovulação ocorra, é necessário considerar o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonodal. O aumento da frequência pulsátil do GnRH hipotalâmico e em consequência do LH hipofisário provoca a maturação do folículo em nível gonodal, o que aumenta a produção de estrógenos. O aumento dos estrogênios causa, por feedback positivo no hipotálamo, a liberação do pico pré-ovulatório de LH e, consequentemente, a ovulação. Na fase pré-púbere, a frequência dos pulsos de GnRH e LH é muito baixa e insuficiente para provocar a maturação folicular, pois o hipotálamo é inibido e, portanto, não ocorre ovulação. -/- A geração pulsátil de GnRH no momento reprodutivo adequado para desencadear o início da puberdade depende de uma rede neural complexa que, além dos neurônios GnRH, inclui outros neurônios e células da glia; ele também integra vários sinais internos e externos para o corpo. A morfologia dos neurônios GnRH também é única, uma vez que seus dendritos também podem funcionar como axônios, dando-lhes uma função distinta. A geração de pulsos também indica a necessidade de sincronização entre subpopulações de neurônios GnRH, que, acima de tudo, parece ser extrínseca a esses neurônios e envolve múltiplos hormônios e neurotransmissores -/- Se dois níveis de conexões aferentes são considerados, estima-se que cada neurônio de GnRH pode ser conectado a cerca de cinco milhões de outros neurônios; milhares de genes, então, podem estar envolvidos no processo da puberdade. A importância funcional e hierárquica de cada um desses genes no controle dos neurônios GnRH, juntamente com outros fatores neuronais e gliais, pode diferir entre as espécies. Existem, no entanto, componentes fundamentais que parecem ser comuns a todos os mamíferos e que se situam nos níveis hierárquicos mais elevados, ajudando a compreender a progressão do processo puberal. Assim, todas as espécies de mamíferos estudadas, por exemplo, têm aglomerados de neurônios kisspeptinérgicos (que secretam kisspeptina), envolvidos na regulação da secreção tônica e secreção cíclica de GnRH, que também se classifica como o elemento mais alto na hierarquia desse complexo neuronal após considerar os neurônios GnRH. -/- Sabe-se que o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal está ativo desde as primeiras fases da vida do indivíduo, mesmo antes do nascimento em certas espécies. A secreção de GnRH, no entanto, é suprimida mais tarde no desenvolvimento e permanece dessa forma até o período pré-púbere, quando será reativada gradualmente. -/- Por várias décadas, a supressão e reinicialização dos pulsos de GnRH foi atribuída a uma hipótese conhecida como teoria gonadostat que afirma que o centro tônico do hipotálamo é inibido devido à sua sensibilidade ao mecanismo de feedback negativo dos esteroides gonodais, é aumentado; portanto, o GnRH e a consequente secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) são insuficientes para a ocorrência da maturação folicular e espermatogênese. Essa sensibilidade diminui progressivamente à medida que a puberdade se aproxima. -/- Sabe-se agora que existem fatores não gonodais que agem em paralelo com os esteroides para mediar mudanças no feedback negativo que também são específicos da espécie. -/- Na fêmea, o centro gerador de pulso cíclico também deve ser considerado, o qual é responsável por iniciar a primeira ovulação. O centro cíclico é composto por uma segunda subpopulação de neurônios GnRH que é reativada por meio de uma complexa interação entre vários sistemas neuronais inibitórios (que devem reduzir progressiva-mente sua influência) e outros sistemas excitatórios, que, por sua vez, operam por meio de diferentes neurotransmissores, como o ácido γ-amino-butírico (GABA) e seus receptores, glutamato, óxido nítrico e neuropeptídio Y (NPY). Esses fatores, juntamente com as alterações morfológicas observadas nos neurônios do GnRH à medida que a puberdade se aproxima, e com as interações e sinais aferentes das células gliais, levam a um padrão de progressão linear que culminará na reativação do centro cíclico. Esse processo era conhecido anteriormente como teoria da maturação central e faz parte das mudanças que configuram o processo para chegar à puberdade. A elevação nas concen-trações de estradiol subsequente à reativação gradual do centro gerador de pulso tônico GnRH provavelmente permitirá a maturação final do centro cíclico. -/- A forma como cada organismo estabelece o momento certo para iniciar as mudanças que levam à puberdade é conhecido; a existência de algum mecanismo neurobiológico que constitui um relógio interno pode ser considerada. No entanto, esse mecanismo afetaria principalmente o desenvolvimento neuronal no nível central; também seria difícil compará-lo com a maneira pela qual fatores externos ao indivíduo afetam o início da puberdade. Nessa perspectiva, um sistema que permita receber informações completas sobre o crescimento e desenvolvimento do indivíduo poderia ser mais prático. Os mediadores desse sistema incluem o hormônio do crescimento, IGF-I, leptina e outros substratos metabólicos. A leptina em particular, que sinaliza as reservas de tecido adiposo, é um dos elementos mais importantes e, embora não determine quando começa a puberdade, se atua como fator permissivo para que o processo progrida, uma vez que excede um nível limite. A consideração do estágio de desenvolvimento do animal para o início da puberdade era anteriormente conhecida como o peso corporal crítico ou teoria do lipostato. É importante considerar que as três teorias mencionadas não são exclusivas. -/- O mecanismo da puberdade nos machos é semelhante ao já descrito; entretanto, deve-se lembrar que no macho o centro cíclico não está ativo. À medida que a puberdade se aproxima, o crescimento testicular é desencadeado e, em ruminantes e suínos, o pênis que estava preso à mucosa prepucial é gradualmente liberado. -/- -/- • _____FATORES QUE INFLUENCIAM A PUBERDADE -/- Os animais podem manifestar a puberdade de três formas diferentes. Pode ser tardia e o animal demorar para estar apto a reprodução; precoce e o animal entrar na vida reprodutiva antes do esperado ou pode ser normal e o animal estar com boa conformação e idade. Para tanto, alguns fatores podem interferir à manifestação da puberdade pelos animais como a genética, idade e peso, nutrição, fotoperíodo e o próprio manejo adotado. -/- -/- Genética -/- O genótipo afeta a idade da puberdade, pois algumas raças são anteriores a outras. Nos bovinos, as raças europeias atingem a puberdade antes dos zebuínos, isto é, uma novilha ou novilho da raça holandesa atinge a puberdade primeiro que os animais da mesma idade e do mesmo peso da raça nelore, por exemplo. -/- Da mesma forma, as porcas da raça chinesa Meishan atingem a puberdade por volta dos 115 dias de idade, metade da idade das raças brancas. As ovelhas de raças de corte, da mesma forma, são mais precoces que os produtores de lã. As raças pequenas, da mesma forma, são geralmente mais precoces, pelo menos em bovinos (jersey x guzerá) e em caninos. Os híbridos, por outro lado, apresentam puberdade mais precoce que os puros, devido ao efeito da heterose. Por este motivo, em certas espécies são utilizadas linhas híbridas. -/- -/- Idade e peso -/- A tabela 1 mostra a idade média de início da puberdade em espécies domésticas. O peso vivo (PV) adulto é mais relevante para a idade na puberdade nos ruminantes, enquanto em suínos é menos decisivo. A tabela também apresenta a porcentagem de peso corporal necessária para a puberdade ocorrer de forma natural. -/- -/- Tabela 1: Idade e peso a puberdade das espécies domésticas -/- Espécie -/- Fêmea (meses) -/- Macho (meses) -/- PV adulto (%) -/- Gado holandês -/- 11 (8-15) -/- 11 (7-18) -/- 30-40 -/- Gado brahman -/- 19 -/- 17 -/- 45-60 -/- Caprinos e ovinos -/- 7 (4-14) -/- 7 (6-9) -/- 40-60 -/- Suínos -/- 6 (5-7) -/- 7 (5-8) -/- 75 -/- Equinos -/- 18 (12-19) -/- 14 (10-24) -/- - -/- Caninos -/- 12 (6-24) -/- 9 (5-12) -/- - -/- Felinos -/- 8 (4-12) -/- 9 (8-10) -/- - -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- Nutrição -/- Como a puberdade está relacionada à taxa de crescimento, os animais que recebem uma nutrição adequada e balanceada apresentarão puberdade em uma idade mais jovem, ou seja, mais precocemente; ao contrário, a puberdade será tardia nos animais que sofreram restrição alimentar, que estão desnutridos ou que tiveram seu crescimento afetado por doenças infecciosas ou parasitárias. A superalimentação também não é recomendada, pois pode alterar tanto os sinais que são recebidos pelo hipotálamo quanto sua resposta a eles. -/- Logo, o manejo alimentar adotado deve estar de acordo com as normas estabeleci-das pelos especialistas na área, principalmente no tocante as exigências nutricionais que devem servir de regra na propriedade. Sendo assim, os animais entrarão em puberdade com as taxas de alta qualidade o que afetará positivamente na prole futura e dará retorno lucrativo ao proprietário. -/- -/- Época do ano (Fotoperíodo) -/- Em fêmeas de espécies sazonais, como ovelhas e cabras, existem certos requisitos de fotoperíodo que devem ser atendidos para que a puberdade ocorra. Nessas espécies, um período de exposição a dias longos é necessário, seguido por outro de exposição a dias curtos. Na verdade, os cordeiros e cabritos nascidos fora da estação, mesmo que tenham atingido o peso necessário, terão que esperar até o outono seguinte (a estação reprodutiva) para atingir a puberdade. Os machos, por outro lado, não estão sujeitos a essas limitações nos requisitos fotoperiódicos para apresentar a puberdade. -/- Em novilhas nascidas no outono, por outro lado, a puberdade ocorre antes de um ano de idade, no verão seguinte ou no início do outono, mais cedo do que nas nascidas na primavera, devido à exposição a longos dias durante os primeiros seis meses do ano após seu nascimento aceleram seu crescimento. Em gatos, o aumento do fotoperíodo também acelera o início da puberdade. -/- Em ovelhas e novilhas, a primeira ovulação que ocorre ao entrar na puberdade é silenciosa; ou seja, não é acompanhada de sinais comportamentais de cio como a micção frequente, inchamento da vulva, uma montando a outra e deixando-se montar etc., pois para que esse comportamento se manifeste, o sistema nervoso necessita de uma pré-sensibilização com progesterona que não estará presente até o próximo ciclo, após o desenvolvimento do corpo lúteo vindo desta primeira ovulação. -/- -/- Sociossexual -/- A interação de indivíduos da mesma espécie ou a presença ou ausência de sinais de bioestimulação, como feromônios, pode afetar o período de puberdade. A puberdade, por exemplo, é atrasada em porcas criadas individualmente em comparação com porcas criadas em grupo. Além disso, na porca, ovelha e cabra, a exposição ao macho estimula as fêmeas e a puberdade aparece mais precocemente. -/- -/- Manejo -/- Certas práticas de manejo podem acelerar a puberdade, especialmente no período pré-púbere. Em porcas próximas à puberdade, por exemplo, o estresse causado por procedimentos, como o transporte de um local para outro ou a exposição ao macho, faz com que apareça o estro em torno de sete dias após a realização do manejo mencionado. -/- -/- • _____ESTACIONALIDADE REPRODUTIVA -/- A estacionalidade ou sazonalidade reprodutiva é uma estratégia evolutiva que se desenvolveu em algumas espécies; tende a tornar a reprodução mais eficiente. Nos países de latitudes distantes do equador, o objetivo é que as crias nasçam na primavera, época do ano mais favorável, graças à abundância de alimentos e às amenas condições climáticas. No caso da ovelha, cuja gestação dura cinco meses, para que os partos ocorram na primavera, ela deve engravidar no outono (figura 1), quando os dias são curtos; enquanto a égua, tendo uma gestação de aproximadamente 11 meses, deve conceber na primavera, quando os dias são longos; assim, o parto ocorrerá na primavera do ano seguinte (figura 2). -/- -/- Figura 1: Esquema ilustrativo da estacionalidade reprodutiva na espécie ovina. Fonte: PIRES et al., 2011. -/- -/- Esta característica evolutiva desenvolvida pela seleção natural na maioria das espécies silvestres e ainda é conservado por algumas espécies domésticas, como ovelhas, cabras, cavalos e gatos. Em bovinos e suínos, ao contrário, a domesticação levou à perda quase total da estacionalidade reprodutiva. -/- A estacionalidade reprodutiva é codificada nos genes; significa então que a seleção natural favoreceu a propagação de genes que permitiam acoplar a hora do nascimento com a melhor época do ano, por isso passou a ser considerada um método anticoncepcional natural. -/- -/- Figura 2: ciclo reprodutivo anual em espécies estacionais; onde são apresentados os períodos de gestação e a forma como se agrupam os nascimentos, independentemente da época reprodutiva da espécie, em vermelho as fêmeas estão apresentando estro ou cio. Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Fotoperíodo -/- Para sincronizar o período fértil com a época mais favorável do ano, a maioria das espécies sazonais usa o fotoperíodo (quantidade de luz diária ao longo do ano). -/- Este sinal ambiental é seguro, confiável e se repete a cada ano. Ovinos e caprinos se reproduzem na época do ano em que os dias são curtos e os equinos quando são longos. O grau de sazonalidade depende da origem da raça. As raças nativas de países localizados em latitudes elevadas (> 50°,ovelhas: soay, blackface, suffolk; cabras: saanen, alpino francês, toggenburg; equinos: puro-sangue, hanoveriano) terão uma estacionalidade mais acentuada do que as latitudes menores ou mediterrâneas (ovelhas: merino; cabras: murciana granadina; equinos: quarto de milha). Também existem raças de latitudes próximas ao Equador cuja estacionalidade é baixa ou nula (ovelhas: raças de pelo, crioulas; cabras: raças africanas e asiáticas) (tabela 2). -/- Para a maioria das raças de ovinos e caprinos, a estação reprodutiva começa no final do verão e início do outono; caracteriza-se pela apresentação de ciclos estrais sucessivos, e termina no final do inverno, quando se inicia o anestro, que se caracteriza pela ausência de ovulação. Nos equinos, ocorre o contrário, uma vez que a estação reprodutiva ocorre na primavera e no verão. -/- -/- Tabela 2: Relação entre a origem da raça e o grau de estacionalidade ou sazonalidade -/- Espécie -/- Alta -/- Média -/- Baixa -/- Ovinos -/- Suffolk, raças britânicas de lã e corte -/- Merino -/- Pelibuey, crioulas -/- Caprinos -/- Saanen, alpino, toggenburg -/- Murciana granadina -/- Crioula -/- Equinos -/- Puro-sangue, hanoveriano, quarto de milha -/- - -/- Crioula, burros -/- Fonte: VALENCIA, 2018. -/- -/- Mecanismo neuroendócrino da estacionalidade -/- Durante o período de anestro, o fotoperíodo exerce efeito inibitório sobre o centro tônico do GnRH no hipotálamo, diminuindo a frequência de pulso. Consequentemente, a pulsatilidade do LH também diminui, que agora é incapaz de induzir a maturação folicular, o aumento dos estrogênios, o pico pré-ovulatório de LH e, portanto, a ovulação. -/- Isso ocorre porque durante o anestro a sensibilidade do hipotálamo ao mecanismo de feedback negativo dos estrogênios e de outros fatores de origem não gonodal é aumentada. Ao aproximar-se da estação reprodutiva, a sensibilidade hipotalâmica diminui e o aumento da pulsatilidade do GnRH causa as mudanças que culminam na ovulação. Portanto, o mecanismo endócrino do anestro estacional é semelhante ao do anestro pré-púbere e de alguns outros tipos de anestro. -/- A estacionalidade é um bom exemplo da interação entre o meio ambiente e o sistema neuroendócrino, pois o organismo é capaz de traduzir um sinal externo ambiental, como o fotoperíodo, em um sinal hormonal interno, que neste caso é a melatonina. -/- A glândula pineal secreta melatonina durante as horas de escuridão. Os animais sazonais apresentam um ritmo reprodutivo endógeno, que é regulado por janelas de fotossensibilidade, determinadas por mudanças na duração do dia. O sinal luminoso é captado pela retina e conduzido, via nervo, pelo trato retino-hipotalâmico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como o relógio biológico do corpo. Daí o sinal viaja para o núcleo para-ventricular, depois para o gânglio cervical e, finalmente, para a glândula pineal, que responde secretando melatonina (figura 3). -/- Nas ovelhas, a estação reprodutiva começa quando a duração do dia diminui e, naturalmente, a noite aumenta; na égua, ocorre quando os dias se alongam. -/- A primavera não é necessariamente a melhor época do ano em todas as regiões do globo. Nas latitudes tropicais, a primavera coincide com a seca e não com a abundância de forragem, aspecto a ser levado em consideração ao programar a reprodução. -/- Outro ponto importante a considerar é que as raças europeias sazonais mantêm sua estacionalidade no Brasil. -/- -/- Figura 3: Mecanismo do fotoperíodo em ovinos e a melatonina. Fonte: HAFEZ, 2004. -/- -/- Estacionalidade no macho -/- O macho é menos afetado que a fêmea pelas mudanças típicas de cada época do ano, já que sua função reprodutiva não é necessariamente interrompida durante o anestro ou repouso sexual, embora a produção de hormônios reprodutivos, tamanho e tônus testicular, a libido, as características qualitativas e quantitativas do ejaculado e a fertilidade do esperma podem ser diminuídas. O nível de afetação depende do grau de sazonalidade da raça e da latitude. Por fim, os efeitos do fotoperíodo devem ser separados dos nutricionais, que também variam com a época do ano. -/- -/- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -/- -/- BEARDEN, Henry Joe et al. Reproducción animal aplicada. México: Manual Moderno, 1982. -/- BROOKS, P. H.; COLE, D. J. A. The effect of the presence of a boar on the attainment of puberty in gilts. Reproduction, v. 23, n. 3, p. 435-440, 1970. -/- CARDOSO, Daniel; DE PAULA NOGUEIRA, Guilherme. Mecanismos neuroendócrinos envolvidos na puberdade de novilhas. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar, v. 10, n. 1, 2007. -/- CHEMINEAU, P. et al. Induction and persistence of pituitary and ovarian activity in the out-of-season lactating dairy goat after a treatment combining a skeleton photoperiod, melatonin and the male effect. Reproduction, v. 78, n. 2, p. 497-504, 1986. -/- CLARKE, Iain J. et al. Kisspeptin and seasonality in sheep. Peptides, v. 30, n. 1, p. 154-163, 2009. -/- CORTEEL, J. M. 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Blackwell Science Ltd, 1998. -/- -/- -/- FIXAÇÃO DO ASSUNTO -/- -/- 1. Defina o que é puberdade e como ela manifesta-se no corpo. -/- -/- -/- 2. Diferencie puberdade de maturidade sexual. -/- -/- -/- 3. Quais são os fenômenos que devem ser observados em fêmeas que estão entrando na puberdade? -/- -/- -/- 4. Qual o papel do GnRH e do IGF-I sobre a puberdade? -/- 5. Um produtor possui duas ovelhas e um carneiro reprodutor, as ovelhas possuem idade e peso, mas não manifestaram seu primeiro cio, quais elementos que você recomenda ao produtor para induzir a ciclicidade dessas fêmeas? -/- -/- -/- 6. De forma geral, quais os fatores que podem afetar a entrada na puberdade dos animais? -/- -/- -/- 7. Defina estacionalidade reprodutiva. -/- -/- -/- 8. O que é fotoperíodo e qual sua importância para a reprodução dos animais domésticos? -/- -/- -/- 9. Defina as relações existentes entre a origem da raça e o grau de estacionalidade e como tais teorias se aplicam ao rebanho brasileiro. -/- -/- -/- 10. Qual o papel da glândula pineal para a estacionalidade reprodutiva? -/- -/- -/- 11. Por que os machos são menos afetados pela sazonalidade reprodutiva do que as fêmeas? -/- -/- -/- 12. Sabendo-se sobre os termos de puberdade e estacionalidade e as características de ambos nas espécies domésticas, pede-se: um criador deseja obter 5 novas crias ovinas e 5 caprinas em seu plantel até o final do ano, para tanto ele ainda possui um ano e está na estação do verão, sabendo-se sobre a estacionalidade dessas espécies elabore um projeto reprodutivo de modo que essas 10 fêmeas possam gerar uma cria cada até a primavera. -/- -/- Dados: 10 fêmeas gerando 10 crias. 1 macho ovino e 1 caprino. Fêmeas com 1 ano de idade (2º cio) e peso corporal = 55% do peso adulto. Verão de 2020 para parir na primavera de 2020. (shrink)

There are different narratives on mathematics as part of our world, some of which are more appropriate than others. Such narratives might be of the form ‘Mathematics is useful’, ‘Mathematics is beautiful’, or ‘Mathematicians aim at theorem-credit’. These narratives play a crucial role in mathematics education and in society as they are influencing people’s willingness to engage with the subject or the way they interpret mathematical results in relation to real-world questions; the latter yielding important normative considerations. Our strategy is (...) to frame current narratives of mathematics from a virtue-theoretic perspective. We identify the practice of mathematizing, put forward by Freudenthal’s ‘Realistic mathematics education’, as virtuous and use it to evaluate different narratives. We show that this can help to render the narratives more adequately, and to provide implications for societal organization. (shrink)

Philosophers of language are increasingly engaging with derogatory terms or slurs. Only few theorists take such language as a starting point for addressing puzzles in philosophy of language with little connection to our real-world problems. This paper aims to show that the political nature of derogatory language use calls for non-ideal theorising as we find it in the work of feminist and critical race scholars. Most contemporary theories of slurs, so I argue, fall short on some desiderata associated with a (...) non-ideal approach. They neglect crucial linguistic or political aspects of morally and politically significant meaning. I argue that a two-stage project is necessary to understand the perniciousness of slurs: accounting for the derogatory content of derogatory terms in general and, additionally, explaining the communicative function of slurs more specifically. I end by showing how inferentialism is well-suited to account for the content of derogatory terms whilst allowing for further explanations of the communicative functions of slurs. (shrink)

This paper analyses the hidden use of new axioms in set-theoretic practice with a focus on large cardinal axioms and presents a general overview of set-theoretic practices using large cardinal axioms. The hidden use of a new axiom provides extrinsic reasons in support of this axiom via the idea of verifiable consequences, which is especially relevant for set-theoretic practitioners with an absolutist view. Besides that, the hidden use has pragmatic significance for further important sub-groups of the set-theoretic community---set-theoretic practitioners with (...) a pluralist view and set-theoretic practitioners who aim for ZFC-proofs. By describing this, the paper gives a more complete picture of new axioms in set-theoretic practice. These observations, for instance, show that set-theoretic practitioners interested in ZFC-proofs use tools that go beyond ZFC. The analysis is based on empirical data that was collected in an extensive interview study with set-theoretic practitioners. (shrink)

In arguing against the likelihood of consciousness in non-human animals, Descartes advances a slippery slope argument that if thought were attributed to any one animal, it would have to be attributed to all, which is absurd. This paper examines the foundations of Thomas Willis’ comparative neuroanatomy against the background of Descartes’ slippery slope argument against animal consciousness. Inspired by Gassendi’s ideas about the corporeal soul, Thomas Willis distinguished between neural circuitry responsible for reflex behaviour and that responsible for cognitively or (...) consciously mediated behaviour. This afforded Willis a non-arbitrary basis for distinguishing between animals with thought and consciousness and those without, a methodology which retains currency for neuroscience today. (shrink)

This volume includes nineteen articles by scholars from Asia, North America, and Europe on Chinese thinkers from the eleventh to the eighteenth centuries. Included here are intellectual biographies of literati such as Zhou Dunyi, the Cheng brothers, Zhu Xi, Zhang Shi, Hu Hong, Wang Yangming, and Dai Zhen. Essays are arranged chronologically, and most begin with a biographical sketch of their subject. They provide variety rather than uniformity of approach, but all in all these essays are remarkably rich and offer (...) much new material on both familiar and lesser-known thinkers. (shrink)

Although feminists have spilled a great deal of ink criticizing Enlightenment conceptions of rationality, the time has come to consider constructing a positive account. Recent attempts to construct an account of rationality as a virtue concept reflect many feminist complaints concerning Enlightenment rationality, and, thus, I maintain that feminism should take seriously such a conception. Virtue rationality offers a more diverse account of rationality without sacrificing the fundamental normativity of the concept. Furthermore, the narrower concept of reasonableness, promises to provide (...) a ground for distinguishing among better and worse epistemic perspectives, which is a task critical to the success of the feminist project. (shrink)

Feminist philosophy is highly critical of Cartesian, and more broadly Enlightenment, conceptions of rationality. However, feminist philosophers typically fail to address contemporary theories of rationality and to consider how more current thoeories address feminist concerns. I argue that, contrary to their protestations, feminists are “obsessing over an outdated conception of reason” and that even the most suspect of “malestream” philosophers express an understanding of rationality that is closer to feminist concerns than Cartesian ones. I begin by briefly examining key features (...) of Cartesian rationality and discuss how these features are largely rejected by contemporary philosophy and cognitve science. I then discuss how the philosophical accounts of Robert Nozick and Robert Audi refelect this rejection of Cartesian rationality. Finally, I discuss how the views of Nozick and Audi are in line with many feminist concerns, and I argue that feminists need to take seriously some theory of rationality. (shrink)

While feminist philosophy has had much to say on the topic of reason, little has been done to develop a specifically feminist account of the concept. I argue for a virtue account of mind grounded in contemporary approaches to rationality. The evolutionary stance adopted within most contemporary theories of mind implicitly entails a rejection of central elements of Cartesianism. As a result, many accounts of rationality are anti-modern is precisely the sorts of ways that feminists demand. I maintain that a (...) virtue account of rationality can provide a satisfactory answer to Benhabib’s question in Situating of the Self: what concept of reason are we willing to defend? (shrink)

Beyond “A Lecture on Ethics,” Wittgenstein says little on the topic of ethics, despite professing a great respect for ethics. I argue that while Wittgenstein ceases to speak of ethics, his account fits equally within his Tractarian and post-Tractarian writing. On both accounts of language, ethics remains nonsense, but it is not insignificant nonsense. However, because Wittgenstein holds ethics to concern absolute values that are in principle inexpressible, his anti-theoretical conception of ethics fails to offer guidance in how one ought (...) to live. That is, ethics ultimately cannot be show unless it can, in some sense, be said. (shrink)

This article examines the complaint that arbitrary algorithmic decisions wrong those whom they affect. It makes three contributions. First, it provides an analysis of what arbitrariness means in this context. Second, it argues that arbitrariness is not of moral concern except when special circumstances apply. However, when the same algorithm or different algorithms based on the same data are used in multiple contexts, a person may be arbitrarily excluded from a broad range of opportunities. The third contribution is to explain (...) why this systemic exclusion is of moral concern and to offer a solution to address it. (shrink)

The ji 己self is a site, storehouse, or depot of individuated allotment associated with the possession of things and qualities: wholesome and unwholesome desires (yu 欲) and aversions, emotions such as anxiety, and positive values such as humaneness and reverence. Each person's allotment is unique, and its "contents" are collected, measured, reflected on, and then distributed to others. The Analects, Mencius, Xunzi, Daodejing, and Zhuangzi each have their own vision for negotiating the space between self and other. Works as seemingly (...) dissimilar as the Analects and Daodejing both agree that positive qualities located within the self should be shared with others, and that the self can be optimized rather than maximized through sharing, emptying, or clearing. Sommer compares the ji self with other terms for body and person current in classical times. This self is strongly individuated, but it exists primarily in relation to other human beings (ren 人 ). These "others" are almost never one's own kind and are usually people who fall outside one's ascribed familial and social relationships. Negotiations between self and other often reflect apprehension regarding degrees of distance, intimacy, worth, recognition, or understanding (zhi 知) between people. (shrink)

While philosophers are often concerned with the conditions for moral knowledge or justification, in practice something arguably less demanding is just as, if not more, important – reliably making correct moral judgments. Judges and juries should hand down fair sentences, government officials should decide on just laws, members of ethics committees should make sound recommendations, and so on. We want such agents, more often than not and as often as possible, to make the right decisions. The purpose of this paper (...) is to propose a method of enhancing the moral reliability of such agents. In particular, we advocate for a procedural approach; certain internal processes generally contribute to people’s moral reliability. Building on the early work of Rawls, we identify several particular factors related to moral reasoning that are specific enough to be the target of practical intervention: logical competence, conceptual understanding, empirical competence, openness, empathy and bias. Improving on these processes can in turn make people more morally reliable in a variety of contexts and has implications for recent debates over moral enhancement. (shrink)

ABSTRACT: Virtue, the centerpiece of ancient ethics, has come under attack by virtue skeptics impressed by results of psychology experiments including Milgram's obedience studies. The virtue skeptic argues that experimental findings suggest that character structures are so fragile vis-å-vis situational factors as to be explanatorily superfluous: virtues and robust character traits are a myth, and should be replaced by situation-specific "narrow dispositions" (Gilbert Harman) or "local traits" (John Doris). This paper argues that the virtue skeptics' sweeping claims are ill-founded. First, (...) blending Aristotelian and contemporary insights about virtue, I reach a decision about a reasonable, non-straw definition of "virtue" and of "character trait." Next, I argue that explanations give by Lee Ross and Richard Nisbett for the Milgram findings covertly invoke character traits. Reflection reveals that more robust, cross-situationally consistent traits are needed for explanation of subject behavior, and that it is reasonable to suppose that such traits were in place. (shrink)

In this paper, I argue that poet M. Nourbese Philip's Zong! allows us to radically rethink the possibility of historical restitution and recovery. The formal ideas in Zong!, I argue, imply a metaphysical and ontological revolution in the way memory and mnesic traces are to be conceived. The evidentiary status of the voices and narratives that Zong! retrieves cannot be certified by historical-epistemological conceptions of evidence but rather find their warrant in alternative, ontological (or hauntological) registers.

In On Touching, Derrida commends philosopher Jean-Luc Nancy for ‘taking into account [the] plasticity and technicity “at the heart” of the “body proper.”’ Specifying the meaning of this plasticity and technicity, Derrida writes, the"[s]upplementarity of technical prosthetics originarily spaces out, defers, or expropriates all originary properness: there is no “the” sense of touch, there is no “originary” or essentially originary touching before it." What is ‘proper’ or ‘original’ to the body, it seems, is not any set of properties or capacities (...) – including sensorial or perceptual powers – but rather the ‘plastic and substitutive structure of prosthetics’, the very possibility of the body’s ‘technical’ supplementation. (shrink)

This paper focusses on the relationship among structural adjustment policies and practices, the business activities of transnational corporations and what Robert Reich has called the coming irrelevance of corporate nationality. The argument presented is that the force of these combined factors makes environmental sustainability impossible.

Meillassoux seeks knowledge of transcendental reality, blaming Kant for the ‘correlationist’ proscription of independent access to either thought or being. For Meillassoux, correlationism blocks an account of the meaning of ‘ancestral statements’ regarding reality prior to humans. I examine three charges on which Meillassoux’s argument depends: (1) Kant distorts ancestral statements’ meaning; (2) Kant fallaciously infers causality’s necessity; (3) Kant’s transcendental idealism cannot grasp ‘the great outdoors’. I reject these charges: (1) imposes a Cartesian misreading, hence Meillassoux’s false assumption that, (...) for Kant, objects don’t exist without subjects; (2) misreads Kant, who infers causality’s necessity from the possibility of experience; (3) casts Kant’s idealism as subjective, ignoring his perspectival portrayal of it. (shrink)

An overview and comparison of the major teaching philosophies is discussed to determine their applications in the field of education. In the end, it is important to reflect on how our practices align with our philosophies.

This paper is a critical examination of Stephen Neale's *The Philosophical Significance of Godel's slingshot*. I am sceptical of the philosophical significance of Godel’s Slingshot (and of Slingshot arguments in general). In particular, I do not believe that Godel’s Slingshot has any interesting and important philosophical consequences for theories of facts or for referential treatments of definite descriptions. More generally, I do not believe that any Slingshot arguments have interesting and important philosophical consequences for theories of facts or for referential (...) treatments of definite descriptions. Friends of facts and referential treatments of definite descriptions can, and should, proceed with the construction of their theories, blithely ignoring the many Slingshots which now litter the landscape. (Of course, there may be other considerations which should give such theorists pause -- but those are other considerations.). (shrink)

The right to withdraw from participation in research is recognized in virtually all national and international guidelines for research on human subjects. It is therefore surprising that there has been little justification for that right in the literature. We argue that the right to withdraw should protect research participants from information imbalance, inability to hedge, inherent uncertainty, and untoward bodily invasion, and it serves to bolster public trust in the research enterprise. Although this argument is not radical, it provides a (...) useful way to determine how the right should be applied in various cases. (shrink)

Penelope Maddy’s Second Philosophy is one of the most well-known ap- proaches in recent philosophy of mathematics. She applies her second-philosophical method to analyze mathematical methodology by reconstructing historical cases in a setting of means-ends relations. However, outside of Maddy’s own work, this kind of methodological analysis has not yet been extensively used and analyzed. In the present work, we will make a first step in this direction. We develop a general framework that allows us to clarify the procedure and (...) aims of the Second Philosopher’s investigation into set-theoretic methodology; pro- vides a platform to analyze the Second Philosopher’s methods themselves; and can be applied to further questions in the philosophy of set theory. (shrink)

Η πρόσφατη δυναμική επανεμφάνιση των λαϊκιστικών κομμάτων διεθνώς αναζωπύρωσε τη συζήτηση γύρω από τον λαϊκισμό και τη σχέση που αναπτύσσει με τη (φιλελεύθερη) δημοκρατία. Πολλές από τις «κυρίαρχες» επιστημονικές αναλύσεις άσκησαν ισχυρή κριτική στον λαϊκισμό μέσα από μια στερεοτυπική οπτική, εντοπίζοντας συγκεκριμένα παθολογικά χαρακτηριστικά στο φαινόμενο, ενώ υπήρξε ένας αριθμός μελετών που κράτησε τις αποστάσεις του από τις στρεβλές θεωρητικές αναγνώσεις. Ένα από τα πολιτικά κόμματα που απασχόλησαν τους ακαδημαϊκούς στην Ελλάδα ήταν η περίπτωση του ΣΥΡΙΖΑ, τόσο στην αντιπολίτευση όσο (...) και στην εξουσία. Δεν ήταν λίγοι οι ερευνητές που επιχείρησαν να ιχνηλατήσουν και να κατανοήσουν τη μετάβαση της ριζοσπαστικής αριστεράς από ένα κινηματικό κόμμα της νεολαίας σε κόμμα εξουσίας μέσα από την ανάλυση Λόγου. Στο συγκεκριμένο άρθρο μελετάμε την έννοια του λαϊκισμού και την περίπτωση του ΣΥΡΙΖΑ μετά το ξέσπασμα της οικονομικής κρίσης. Αρχικά, εννοιολογούμε τον λαϊκισμό, ακολουθώντας τις θεωρητικές και μεθοδολογικές κατευθύνσεις τριών σημαντικών προσεγγίσεων [των Ερνέστο Λακλάου και της Σχολής του Έσσεξ (λογοθεωρητική), Πιερ Οστιγκί (κοινωνικοπολιτισμική) και Μπέντζαμιν Μόφιτ (επιτελεστική)], οι οποίες παρά τις διαφορές που παρουσιάζουν διαθέτουν ιδιαίτερα σημεία σύνδεσης, ενώ υπογραμμίζουμε και τη στερεοτυπική ανάγνωση των αντι-λαϊκιστικών αναλύσεων. Στη συνέχεια, αναδεικνύουμε τα χαρακτηριστικά που έλαβαν στο πέρασμα των ετών διάφορες λαϊκιστικές εμπειρίες, ενώ στο τέλος επικεντρωνόμαστε στην περίπτωση της ελληνικής ριζοσπαστικής αριστεράς (ΣΥΡΙΖΑ), με στόχο να εξετάσουμε τα χαρακτηριστικά του πολιτικού της λόγου στην αντιπολίτευση και την εξουσία (2009-2019). Εξέφρασε έναν λαϊκιστικό λόγο; Ποιες ήταν οι επιπτώσεις του αριστερού λαϊκισμού στην δημοκρατία, την κοινωνία και τη πολιτική;. (shrink)

Meillassoux defines “correlationism” as the view that we can only access the mutual dependence of thought and being—specifically, subjectivity and objectivity—which he attributes to Heidegger. This attribution is inapt. It is only by accessing being—via existential analysis—that we can properly distinguish beings like subjects and objects. I propose that Meillassoux’s misattribution ignores the ontological difference that drives Heidegger’s project. First, I demonstrate the inadequacy of Meillassoux’s account of correlationism as a criticism of Heidegger and dispense with an objection. Second, I (...) argue that Meillassoux’s neglect of the ontological difference stems from a question-begging appeal to transcendental realism, which is at odds with Heidegger’s twin claims for a variety of transcendental idealism in Being and Time. Third, I offer a reflection on three general marks of transcendental idealism. (shrink)

In recent years, and especially after the outbreak of the global financial crisis, right-wing and left-wing populist parties and movements have enjoyed significant political success in Europe. One of these parties is SYRIZA in Greece. In this paper, we explore some of the particular characteristics of the political discourse articulated by SYRIZA in power. The core argument of the paper is that the Greek radical left party continues to express an inclusionary populist discourse after its rise to power. We examine (...) this issue by utilising the methodology of the Essex School of Discourse Analysis. Moreover, we attempt to substantiate the view that populism does not always have a negative connotation and is not deterministically associated with nationalism or racism. Furthermore, we try to establish whether the concept of "crypto-colonialism” is an important key to understanding the rise of inclusionary populism to power in Greece. Finally, we analyse various manifestations of Greek anti-populism in order to highlight the danger that derives from this kind of stereotypical discourse. (shrink)

Two attitudes are possible: one, that the world is an absolute jungle and that the exercise of coercive power by rulers is only a manifestation of this; and the other, that it is both necessary and right that there should be this exercise of power, that through it the world is much less of a jungle than it could possibly be without it, so that one should in principle be glad of the existence of such power, and only take exception (...) to its unjust exercise. (shrink)

The current prevailing view is that participation in biomedical research is above and beyond the call of duty. While some commentators have offered reasons against this, we propose a novel public goods argument for an obligation to participate in biomedical research. Biomedical knowledge is a public good, available to any individual even if that individual does not contribute to it. Participation in research is a critical way to support an important public good. Consequently, all have a duty to participate. The (...) current social norm is that individuals participate only if they have a good reason to do so. The public goods argument implies that individuals should participate unless they have a good reason not to. Such a shift would be of great aid to the progress of biomedical research, eventually making society significantly healthier and longer lived. (shrink)

En este texto presentamos el modelo que se ha diseñado para implementar la evaluación por colegas pares en la Universidad del Rosario. Explicamos los principios que lo guían y las etapas y procedimientos para realizar esta evaluación; además, exponemos algunos aprendizajes que ha dejado su implementación en dos facultades en los últimos años, y presentamos algunos retos y desarrollos que enfrenta el modelo a futuro.

The COVID-19 pandemic revealed numerous weaknesses in pandemic preparedness and response, including underfunding, inadequate surveillance, and inequitable distribution of countermeasures. To overcome these weaknesses for future pandemics, WHO released a zero draft of a pandemic treaty in February, 2023, and subsequently a revised bureau's text in May, 2023. COVID-19 made clear that pandemic prevention, preparedness, and response reflect choices and value judgements. These decisions are therefore not a purely scientific or technical exercise, but are fundamentally grounded in ethics. The latest (...) treaty draft reflects these ethical considerations by including a section entitled Guiding Principles and Approaches. Most of these principles are ethical—they establish core values that undergird the treaty. Unfortunately, the treaty draft's set of principles are numerous, overlapping, and show inadequate coherence and consistency. We propose two improvements to this section of the draft pandemic treaty. First, key guiding ethical principles should be clearer and more precise than they currently are. Second, the link between ethical principles and policy implementation should be clearly established and define boundaries on acceptable interpretation, ensuring that signatories abide by these principles. (shrink)

Some have objected to human enhancement on the grounds that it violates the autonomy of the enhanced. These objections, however, overlook the interesting possibility that autonomy itself could be enhanced. How, exactly, to enhance autonomy is a difficult problem due to the numerous and diverse accounts of autonomy in the literature. Existing accounts of autonomy enhancement rely on narrow and controversial conceptions of autonomy. However, we identify one feature of autonomy common to many mainstream accounts: reasoning ability. Autonomy can then (...) be enhanced by improving people’s reasoning ability, in particular through cognitive enhancement; given how valuable autonomy is usually taken to be, this gives us extra reason to pursue such cognitive enhancements. Moreover, autonomy-based objections will be especially weak against such enhancements. As we will argue, those who are worried that enhancements will inhibit people’s autonomy should actually embrace those enhancements that will improve autonomy. (shrink)

-- 04.08.2024 -- Intervention held at the XXV World Congress of Philosophy in Rome, Italy -- The aim of this paper is to propose an interpretation of philosophy’s tasks as those of a “critical theoresis”. The formula draws from both Plato’s utilisation of the word ϑεώρησις and Herodotus’ particular use of the verb κρίνω. While the former indicates a cultural dimension that in itself implies an active participation of subjects in the objective social world, the latter expresses an hermeneutical principle (...) that unites the concepts of “explanation” and “interpretation”. Therefore, I intend to use these key-concepts together in order to picture a type of philosophy that tries to underline the criteria of a normative theory that does not fail to assume a critical standpoint in interpreting social reality. (shrink)

Are words like ‘woman’ or ‘man’ sex terms that we use to talk about biological features of individuals? Are they gender terms that we use to talk about non-biological features e.g. social roles? Contextualists answer both questions affirmatively, arguing that these terms concern biological or non-biological features depending on context. I argue that a recent version of contextualism from Jennifer Saul that Esa Diaz-Leon develops doesn't exhibit the right kind of flexibility to capture our theoretical intuitions or moral and political (...) practices concerning our uses of these words. I then float the view that terms like 'woman' or 'man' are polysemous, arguing that it makes better sense of the significance of some forms of criticisms of mainstream gender ideology. (shrink)

The history of philosophy risks a self-opacity whereby we overestimate or underestimate our proximity to prior modes of thinking. This risk is relevant to assessing Hegel’s appropriation by McDowell and Priest. McDowell enlists Hegel for a quietist answer to the problem with assuming that concepts and reality belong to different orders, viz., how concepts are answerable to the world. If we accept Hegel’s absolute idealist view that the conceptual is boundless, this problem allegedly dissolves. Priest enlists Hegel for a dialetheist (...) answer to the problem with assuming that truth and falsity are mutually exclusive, viz., how certain sentences are both true and false. If we accept Hegel’s dialectical view that certain contradictions are necessary, this problem allegedly dissolves. For both McDowell and Priest, we find a true friend in Hegel. I argue that McDowell’s and Priest’s appropriations of Hegel overestimate Hegel’s affinity with quietism and dialetheism. McDowell reads Hegel as a quietist who silences metaphysical claims and the skeptical questions they raise against commonsense, but neglects Hegel’s adaptation of ancient skepticism against commonsense. Priest reads Hegel as a dialetheist who subordinates formal logic to dialectical logic by affirming the truth of certain contradictions, but neglects Hegel’s commitment to resolving contradictions for the sake of truth qua whole. I diagnose their misreadings in terms of what Hegel regards as the three moments of logic and argue that while McDowell jumps to its third moment, Priest stalls at its second moment. According to Hegel’s Encyclopedia Logic, logic has three “moments”: the abstractive moment of the understanding, which “stops short” at fixed categories; the negative moment of dialectic, which discovers the “genuine nature” of the categories, viz., that each “passes over, of itself, into its opposite”; and the positive moment of speculation, which grasps the “unity” of categories through the “dissolution” of their inner opposition. Hegel warns that if these moments are “kept separate from each other […] they are not considered in their truth”. I suggest that quietist and dialetheist readings of Hegel fail to consider truthfully the unified moments of his logic. In his quietist critique of metaphysics, McDowell enlists Hegel to dissolve the problem with assuming the duality of concept and reality. But McDowell helps himself directly to the third moment of logic, where the unity of the categories, and hence the boundlessness of the conceptual, would be fully articulated. Since he arrives at the third moment prematurely, ignoring its prior moments, he obscures its truth (§1). In his dialetheist critique of formal logic, Priest enlists Hegel to dissolve the problem with assuming the duality of truth and falsity. But Priest restricts himself gratuitously to the second moment of logic, where contradictions within the categories are not yet resolved. Since he stalls at the second moment, severed from its final moment, he obscures its truth (§2). I argue we can extricate Hegel from quietist and dialetheist misreadings only if we grasp the truth of the three moments of logic. (shrink)

Our digital society increasingly relies in the power of others’ aggregated judgments to make decisions. Questions as diverse as which film we will watch, what scientific news we will decide to read, which path we will follow to find a place, or what political candidate we will vote for are usually associated to a rating that influences our final decisions.

Fichte assigns ‘intellectual intuition’ a new meaning after Kant. But in 1799, his doctrine of intellectual intuition is publicly deemed indefensible by Kant and nihilistic by Jacobi. I propose to defend Fichte’s doctrine against these charges, leaving aside whether it captures what he calls the ‘spirit’ of transcendental idealism. I do so by articulating three problems that motivate Fichte’s redirection of intellectual intuition from being to acting: (1) the regress problem, which states that reflecting on empirical facts of consciousness leads (...) only to further facts and so cannot yield a first principle; (2) the rhapsody problem, which states that the categories form a haphazard set and so lack necessity unless they derive from a first principle; and (3) the nihilism problem, which states that a first principle cannot lie outside our cognition of it, lest it be the cause of our cognition and, being first, the cause of all our actions, reducing us to machines. Crucially, Fichte’s three motivating problems are in fact aspects of a single problem. Leaving any aspect unsolved spoils putative solutions to the other two. Consequently, Fichte requires a single unified solution to all three, which his doctrine of intellectual intuition provides. (shrink)

It has recently been argued that reproductive genetic manipulation technologies like mitochondrial replacement and germline CRISPR modifications cannot be said to save anyone’s life because, counterfactually, no one would suffer more or die sooner absent the intervention. The present article argues that, on the contrary, reproductive genetic manipulations may be life-saving (and, from this, have therapeutic value) under an appropriate population health perspective. As such, popular reports of reproductive genetic manipulations potentially saving lives or preventing disease are not necessarily mistaken, (...) though such terminology still requires further empirical validation. (shrink)

Kant’s critique/doctrine distinction tracks the difference between a canon for the understanding’s proper use and an organon for its dialectical misuse. The latter reflects the dogmatic use of reason to attain a doctrine of knowledge with no antecedent critique. In the 1790s, Fichte collapses Kant’s distinction and redefines dogmatism. He argues that deriving a canon is essentially dialectical and thus yields an organon: critical idealism is properly a doctrine of science or Wissenschaftslehre. Criticism is furthermore said to refute dogmatism, by (...) which Fichte means Spinozism. Schelling repudiates Fichte’s position in his Philosophical Letters by reviving Kant’s distinction. First, ‘critique’ for Schelling names a canon that is valid for all systems—including Spinozism—and thus favours none—not even the Wissenschaftslehre. Second, Schelling coins ‘dogmaticism’ to refer to what Kant calls ‘dogmatism’: reason’s uncritical claim to doctrine. Hence, he says all systems—even Fichte’s—are susceptible to the ‘enthusiasm’ of mistaking themselves for doctrines or ‘objects of knowledge’, instead of subjectively valid ‘objects of freedom’. I reconstruct Schelling’s argument for reviving Kant’s distinction, while noting two consequences for German idealism. First, if criticism favours no system, a system’s origin cannot be an act of knowledge, e.g., intellectual intuition, but only an act of endorsement. Second, if dogmaticism entails enthusiasm, a system’s goal cannot be absolute knowledge, but only infinite striving. Hence, by retrieving Schelling’s notion of dogmaticism, we can both gain a better understanding of the Letters and register the impact of a core Kantian distinction on the German idealist project. (shrink)

As opposed to a ‘one size fits all’ approach, precision medicine uses relevant biological, medical, behavioural and environmental information about a person to further personalize their healthcare. This could mean better prediction of someone’s disease risk and more effective diagnosis and treatment if they have a condition. Big data allows for far more precision and tailoring than was ever before possible by linking together diverse datasets to reveal hitherto-unknown correlations and causal pathways. But it also raises ethical issues relating to (...) the balancing of interests, viability of anonymization, familial and group implications, as well as genetic discrimination. This article analyses these issues in light of the values of public benefit, justice, harm minimization, transparency, engagement and reflexivity and applies the deliberative balancing approach found in theEthical Framework for Big Data in Health and Research to a case study on clinical genomic data sharing. Please refer to that article for an explanation of how this framework is to be used, including a full explanation of the key values involved and the balancing approach used in the case study at the end. Our discussion is meant to be of use to those involved in the practice as well as governance and oversight of precision medicine to address ethical concerns that arise in a coherent and systematic manner. (shrink)

The global economic crisis, the popular discontent against traditional parties and post-democratic forms of governance, as well as the sharp increase in migrant and refugee arrivals have led to the resurgence of populist parties around the world. Left-wing parties usually express an inclusionary populist discourse with patriotic features, while right-wing parties utilize an exclusionary populism with strong nationalist and xenophobic characteristics. In Greece in recent years, the radical left party of SYRIZA rose to power through a left-wing populist and anti-imperialist (...) discourse. Alexis Tsipras formed a paradox coalition government with the radical right party of ANEL to reach an agreement that would lessen the effects of austerity policies. However, once in office, SYRIZA transformed some features of its political style and began to follow a type of "pragmatic populism". This paper examines the relationship between populism and anti-imperialism, while analyzing SYRIZA's discourse in opposition and in power. The questions that it attempts to answer are: does Tsipras express an anti-imperialist discourse both in opposition and in power? What forces are considered imperialist by SYRIZA? Can the notion of "crypto-colonialism" explain the rise of left-wing populism in Greece? (shrink)

SYRIZA is the first radical left party in Europe which managed to seize power through a strong inclusionary populist and anti-austerity discourse. In this paper, we examine the political discourse articulated by SYRIZA in power (2015-17) through Laclau’s theory and “Populismus” approach and we utilize the lexicometric tool of “Populismus Observatory” to search the frequently appeared words in Alexis Tsipra’s discourse. “Populismus” is a research project and an open access web-based Observatory at the Aristotle University of Thessaloniki (School of Political (...) Science) that analyzes populism through a discursive methodological framework. The simple lexicometric analysis can help us to sketch a statistical outline of the discourse, followed by theoretical scrutiny. Our aim is to find if SYRIZA transforms its rhetoric after the conquest of power (January 2015) and which central signifiers tends to use and avoid. Furthermore, we argue that the concept of “crypto-colonialism” can explain the dominance of egalitarian populism in the Greek politics but we question the use of the term for any inclusionary populist case. Moreover, we underline the failure of SYRIZA to fulfill the popular demands and we seek out the reasons of this fiasco. Finally, we try to answer to the following question: Does the case of SYRIZA prove that populism fails wherever it comes from (right or left)? (shrink)